quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Professores produzem, apesar das condições

Epitácio Macário
Prof. de Economia Política da UECE.
Presidente da SINDUECE


A produção da 1ª vacina vegetal do mundo pela equipe de pesquisadores liderada pela Dra. Isabel Guedes, do Laboratório de Bioquímica Humana da UECE, constitui fato de grande relevância para a comunidade científica internacional e para a humanidade.

Para os cearenses, o evento tem significado ímpar. O antídoto, já testado com êxito em camundongos, é um passo decisivo no enfrentamento da dengue, epidemia cuja voracidade tem vitimado número crescente da população brasileira, colocando Fortaleza entre as cidades mais atingidas.

Os professores das universidades estaduais cearenses têm algo a mais para comemorar. Trabalhando em condições precárias, estufados de aulas, sem infraestrutura adequada, o fato demonstra compromisso e tenacidade no exercício do mister, além de provar elevada capacidade intelectual e científico.

Mais uma vez, a criatividade e iniciativa dos docentes dão uma lição à fanfarronice das autoridades acerca do desenvolvimento de ponta do estado, enquanto tratam as nossas estaduais como filhas bastardas.

Aos fatos: a simples expansão do dito laboratório aguarda há 18 meses para ser iniciada; a carência de professores era de 222 vagas em 2010, podendo ter aumentado; na FAFIDAM, o número de professores substitutos será quase igual ao de efetivos este ano; a contratação de substitutos tem violado preceitos da lei que rege a matéria; o hospital veterinário e o restaurante universitário não foram concluídos; já o complexo poliesportivo não foi iniciado. Probatio incumbit neganti.

O protagonismo dos pesquisadores em epígrafe rebaterá positivamente em todos os que fazem as universidades públicas do Estado. Quiçá, mova a atenção do governo para os problemas existentes nessas instituições, a começar pelo concurso para solucionar a histórica carência de professor efetivo.

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