Paulo Massey
Desde
o início deste ano, quando os protestos que derrubaram os regimes autoritários
no “mundo árabe” ganharam as manchetes dos noticiários, temos visto uma
sucessão de mobilizações em massa que, inicialmente, ocuparam as ruas e centros
urbanos das principais cidades e capitais dos Estados Unidos e Europa,
espraiando-se rápida e surpreendentemente pelos demais continentes por força,
em boa medida, das chamadas “redes sociais” – um dispositivo que, junto com
essas mobilizações e mesmo se confundido com elas, inaugura uma nova era quanto
à capacidade global de organização das resistências políticas.
Depois da chamada “Primavera Árabe” que levantou multidões contra a tirania dos governos da Tunísia, Líbia, Egito, Argélia, Jordânia, Marrocos, Iêmen, Bahrein e Síria, vieram os protestos em defesa da educação pública no Chile, os “indignados” na Espanha, os incêndios e saques praticados no norte de Londres, o inconformismo da geração “à rasca” em Portugal, as manifestações contra a crise econômica na Grécia, a oposição ao governo Berlusconi na Itália, até que os protestos ganharam uma razoável perenidade por meio da ocupação estratégica de espaços públicos, tal como se viu especialmente no Occupy Wall Street - uma experiência replicada em diversas outras cidades da qual a última notícia que se tem é sobre o movimento “Ocupa Tóquio”.
No Brasil, tal como acontece noutros lugares, esses acampamentos urbanos têm resistido à forte repressão policial e à indisposição da mídia que, quando não ataca diretamente, silencia e boicota a divulgação do esforço daqueles que, há meses, mantêm de pé as barracas do Ocupa Sampa, do Ocupa Rio e do Ocupa Salvador. Por fim, há pouco mais de um mês, o dia 15 de outubro foi consagrado como o dia da “revolução mundial”, contando com a realização de protestos, ocupações, marchas, greves, fóruns, aulas públicas e demais ações contestatórias em quase 900 cidades espalhadas pelo mundo e virtualmente conectadas.
Sem querer estender o caráter informativo ou quase jornalístico desta apresentação, procurando dar conta das particularidades que melhor caracterizam cada um desses eventos – já que se sabe claramente da radical diferença entre os contextos histórico-nacionais de uma Líbia e de uma Holanda – interessa abstrair essas diferenças em nome das semelhanças e mesmo da situação típica que permite falar, senão em termos de unidade, pelo menos em termos gerais.
Depois da chamada “Primavera Árabe” que levantou multidões contra a tirania dos governos da Tunísia, Líbia, Egito, Argélia, Jordânia, Marrocos, Iêmen, Bahrein e Síria, vieram os protestos em defesa da educação pública no Chile, os “indignados” na Espanha, os incêndios e saques praticados no norte de Londres, o inconformismo da geração “à rasca” em Portugal, as manifestações contra a crise econômica na Grécia, a oposição ao governo Berlusconi na Itália, até que os protestos ganharam uma razoável perenidade por meio da ocupação estratégica de espaços públicos, tal como se viu especialmente no Occupy Wall Street - uma experiência replicada em diversas outras cidades da qual a última notícia que se tem é sobre o movimento “Ocupa Tóquio”.
No Brasil, tal como acontece noutros lugares, esses acampamentos urbanos têm resistido à forte repressão policial e à indisposição da mídia que, quando não ataca diretamente, silencia e boicota a divulgação do esforço daqueles que, há meses, mantêm de pé as barracas do Ocupa Sampa, do Ocupa Rio e do Ocupa Salvador. Por fim, há pouco mais de um mês, o dia 15 de outubro foi consagrado como o dia da “revolução mundial”, contando com a realização de protestos, ocupações, marchas, greves, fóruns, aulas públicas e demais ações contestatórias em quase 900 cidades espalhadas pelo mundo e virtualmente conectadas.
Sem querer estender o caráter informativo ou quase jornalístico desta apresentação, procurando dar conta das particularidades que melhor caracterizam cada um desses eventos – já que se sabe claramente da radical diferença entre os contextos histórico-nacionais de uma Líbia e de uma Holanda – interessa abstrair essas diferenças em nome das semelhanças e mesmo da situação típica que permite falar, senão em termos de unidade, pelo menos em termos gerais.